Nosso trabalho nesse blog é buscar discutir e divulgar ações em prol da promoção de uma sociedade mais igualitária. Todos que acessarem esse blog podem contribuir com material a ser enviado para o e-mail: gppgr.iuna01@gmail.com

quarta-feira, 6 de junho de 2012

OS DIREITOS DA MULHER

Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU os 12 direitos das mulheres são:

1. Direito à vida;

2. Direito à liberdade e a segurança pessoal;

3. Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;

4. Direito à liberdade de pensamento;

5. Direito à informação e a educação;

6. Direito à privacidade;

7. Direito à saúde e a proteção desta;

7.Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família;

9.Direito à decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los;

10. Direito aos benefícios do progresso científico;

11. Direito à liberdade de reunião e participação política;  

12.Direito a não ser submetida a torturas e maltrato.

Fonte: www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitodasmulheres.htm     

De todos estes direitos garantidos em sessões solenes e de comum acordo por pessoas de alto intelecto em convenções internacionais, pouca coisa tem sido feito em prol da garantia dos mesmos. As mulheres são escravas do trabalho pesado, da família, e, sob o discurso barato e funesto de direito de igualdade, saem cedo para encarar um mercado desonesto e preconceituoso com relação ao gênero e vê-se obrigada a deixar seus filhos sob os cuidados de estranhos e estes em pouco tempo tem os seus pais como estranhos, também. Ou seja, sob o discurso da igualdade cria-se um círculo monstruoso, vicioso, onde pais e filhos, marido e mulher são estranhos que se unem sob um teto estranhos a si, alienados por completo, para tentarem algum tipo de relação bizarra arcaica. 

Muito bonito e elegante a mulher ter alcançado o statu que alcançou, após milênios de jugo, mas, não se pode perder de vista que algumas coisas não mudam e a infância tem sido molestada sob esta nova ordem social.  

Portanto, encerro meu pensamento com um questionamento: 'até que ponto este ganho substancial nos direitos político-sociais da mulher tem contribuído de forma equânime para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?' Com isto, quero deixar claro que o preço que tem-se pagado às custas da formação das crianças tem sido mais alto que os benefícios que, supostmente tem-se advindo.

Muito bem planejado as últimas intervenções da nossa ilustre presidente com relação ao apoio às mães e seus bebês. Mas há, ainda, um longo caminho a ser percorrido.

     

terça-feira, 3 de abril de 2012

Reapropriação do corpo

Peru
Reapropriação do corpo
Sensualidad, exotismo, disponibilidad sexual, son algunos de las características que en el imaginario colectivo se atribuye a las mujeres negras, respondiendo a estereotipos construidos a partir de una realidad histórica de sojuzgamiento y discriminación. Casi dos siglos de vida republicana no los han logrado modificar. El régimen esclavista enajenó los cuerpos y generó un sistema de múltiples exclusiones, que configuran un escenario de particular opresión para las peruanas afrodescendientes, y de dificultad para el ejercicio de sus derechos sexuales y reproductivos.
Rocío Muñoz, feminista, directora de programas del Centro de Estudios Afroperuanos Lundu, considera que los mitos y prejuicios alrededor de las mujeres negras peruanas se cimentan en un racismo estructural “que alimenta un sistema de exclusión que nos afecta particularmente e interfiere en la posibilidad de autoafirmarnos y construirnos socialmente como sujetos que ejercen sus derechos”. Según la activista, la visión de la sexualidad exacerbada de las mujeres afroperuanas se enraíza en el hecho histórico de la esclavitud, donde sus cuerpos fueron cosificados y transgredidos.
“Por eso es tan importante recuperar nuestro cuerpo como sujeto político y a partir de ello, construirnos como ciudadanas con autodeterminación sobre nuestra vida sexual y reproductiva, ámbitos en que nuestros derechos son especialmente vulnerados”, argumenta.
En la búsqueda por corregir tales asimetrías, el equipo profesional de Lundu viene implementando un trabajo de fortalecimiento del liderazgo y el ejercicio ciudadano entre jóvenes de ambos sexos de comunidades afroperuanas ubicadas al sur de Lima. Esta labor ha permitido al colectivo tener un mayor acercamiento a la forma en que las mujeres en particular se perciben a sí mismas en un contexto de estigmas y discriminación.
A partir de esas condiciones sociales e históricas, señala Muñoz, las mujeres afrodescendientes se socializan bajo un esquema que las coloca como portadoras de una sensualidad innata, y a la vez son percibidas desde afuera a la luz de ese estereotipo.
Herencia colonial que persiste
Un estudio realizado por la antropóloga peruana Vanessa Verástegui acerca de las expectativas que mueven a personas de clases altas limeñas a visitar las comunidades afroperuanas de la provincia sureña de Chincha, aporta a la comprensión de la compleja trama de percepciones y actitudes que se da en torno de esas interacciones.
La localidad del Carmen del distrito de Chincha concentra gran parte del turismo limeño debido a sus diversas y conocidas fiestas locales, como el Festival Carnaval Negro, la Navidad Negra, el Día de la canción criolla, la Fiesta de la Virgen del Carmen, etc. Estas celebraciones, como otras que no tienen una fecha fija para acontecer, son el telón de fondo para interacciones entre visitantes y jóvenes de origen afrodescendiente con la principal finalidad de sostener con ellos relaciones sexuales.
“Al término de las fiestas, los limeños regresan a la ciudad y los residentes del lugar permanecen en sus comunidades y retoman sus actividades de la vida diaria, como si nada hubiera pasado”, señala Verástegui al describir lo que denomina como una suerte de turismo sexual, que estaría evidenciando “la reproducción de los estereotipos del imaginario social, originados en la Colonia, y que perviven en la actualidad para incluir a los afrodescendientes en el mercado erótico-sexual y no afectivo”. Ese estereotipo, que exotiza al otro, poniéndolo en el lugar de lo natural/primitivo/nativo, es un ejemplo de la forma discursiva de dominación sobre grupos históricamente subalternizados.
La situación de exclusión que rodea a las poblaciones afrodescendientes peruanas configura un escenario de extrema dificultad en el que casi no tienen posibilidades de superación personal, profesional y económica. Al igual que Chincha, distritos como San José, El Guayabo y sus comunidades rurales concentran una amplia población afro que se encuentra fuera del mercado de trabajo y sin perspectivas de vida futura y movilidad social. En ese contexto, muchas jóvenes ven en el encuentro con personas de otras condiciones sociales la oportunidad de salir de la pobreza, además de evitar el dolor producido por la discriminación, al tener hijos con características raciales diferentes a las suyas.
La estrategia de “blanqueamiento” adoptada por mujeres negras que se relacionan con hombres de otra procedencia racial ha dado origen al desarrollo de actitudes de alejamiento o desconocimiento de sus raíces ancestrales en las nuevas generaciones.
Pese a la tarea de tarea de fortalecimiento de la autoestima y de la capacidad de organización de la población afrodescendiente, y de la experiencia ganada en este sentido, según la representante de Lundu aún hay mucho por hacer para mejorar las condiciones de vida de las mujeres negras y viabilizar el ejercicio de sus derechos.
Muñoz señala también que una tarea urgente en ese sentido es recabar información sobre la situación de salud sexual y reproductiva de las mujeres afrodescendientes, ya que la ausencia de cifras e indicadores al respecto no ha permitido elaborar una agenda que pueda ser exigida, ni generar desde el Estado respuestas efectivas frente a la exclusión e invisibilidad de este colectivo social.
Publicada em: 02/12/2009 às 13:50 notícias CLAM

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Mulher Negra

A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir para o resgate da cidadania do negro.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida a mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da ascensão social. Bernardo (1998), em seu trabalho sobre a memória de velhas negras na cidade de São Paulo, mostra como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalhava na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido. A questão de gênero é, em si, um complicador, mas, quando somada à da raça, significa as maiores dificuldades para os seus agentes.
Paul Singer (1998) afirma que, à medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso e é nesse campo que se encontra o maior número delas. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente para a mulher negra.
Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
Na atualidade não se pode tratar a questão racial como elemento secundário, destacando apenas a problemática econômica. A posição social do negro não se baseia apenas na possibilidade de aquisição ou consumo de bens. Ainda há uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais quando se trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da sociedade.
A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso, muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades decorrentes dessa problemática.


SILVA, Maria Nilza da. Mulheres negras: o preço de uma trajetória de sucesso. PUC/SP, Dissertação Mestrado, 1999.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A Justiça Brasileira!!!

Isso foi exibido em todos os telejornais noturnos na quinta feira.
Paulo, 28 anos, casado com Sônia, grávida de 04 meses, desempregado há dois meses, sem ter o que comer em casa foi ao rio Piratuaba-SP a 5km de sua casa pescar para ter uma 'misturinha' com o arroz e feijão, pegou 900gr de lambari, e sem saber que era proibido a pesca, foi detido por dois dias, levou umas porradas. Um amigo pagou a fiança de R$ 280,00 para liberá-lo e terá que pagar ainda uma multa ao IBAMA de R$ 724,00. A sua mulher Sônia grávida de 04 meses, sem saber o que aconteceu com o marido que supostamente sumiu, ficou nervosa e passou mal, foi para o hospital e teve aborto espontâneo. Ao sair da detenção, Ailton recebe a noticia de que sua esposa estava no hospital e perdeu seu filho, pelos míseros peixes que ficaram apodrecendo no lixo da delegacia.

Quem poderá devolver o filho de Sônia e Paulo?

Henri Philippe Reichstul, de origem estrangeira, Presidente da PETROBRAS.
Responsável pelo derramamento de 1 milhão e 300 mil litros de óleo na Baía da Guanabara. Matando milhares de peixes e pássaros marinhos. Responsável, também, pelo derramamento de cerca de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu, destruindo a flora e fauna e comprometendo o abastecimento de água em várias cidades da região. Crime contra a natureza, inafiançável.

Este camarada encontra-se em liberdade e pode ser visto jantando nos melhores restaurantes
do Rio e de Brasília.

EDUCAÇÃO ESCOLAR CONTRA O RACISMO


Objetivo


O plano de ação a seguir tem o objetivo de trabalhar na comunidade escolar a questão do preconceito contra os negros. É sabido que, mesmo com todas as prerrogativas legais e de igualdade, ocorre, ainda, certos tipos de discriminação racial contra a população negra no País. Daí a necessidade de se realizar atividades ligadas à conscientização e abolição de tais práticas. Porém sem uma educação formal, sem o devido esclarecimento, as ações tornam-se vazias e desprovidas de sentido ético e moral. 

Justificativa

A violência racial é um capítulo da história brasileira que já deveria ter sido apagado há tempos. Mas este tipo de ação ainda continua a ocorrer, não apenas no país, mas em todo o mundo.

No Brasil acontece o que poderia ser chamado de racismo implícito; diferente do que ocorreu ao jogador Roberto Carlos quando jogou no Mila, da Itália, em que durante uma partida a torcida apresentou cartazes com os dizeres: ‘lugar de negros é em Auschwitz’. Outro fato marcante é o jogador Ronaldinho Fenômeno ter declarado na Europa que era branco e assim foi aceito.

Mas como declarar que no Brasil não há práticas racistas contra os negros se esta população é a que mais usa o Sistema Único de Saúde, chegando ao extremo de os cientistas sociais defenderem que a população negra é SUS-dependente. Ou seja, sem este sistema de apoio à saúde, os primeiros que sentiriam seus efeitos seriam os negros. Na área educacional, é esta população a que mais se encontra em defasagem idade/série/ano. Nas universidades são minoria; nos cursos pós-superiores (como mestrado e doutorado), também; correm mais risco de vida que o restante da população.
De forma que conclui-se que o preconceito contra os negros ainda é uma realidade bem presente em nosso país. O que ocorre é que devido ao crescimento econômico apresentado pela nação nos últimos tempos tem pulverizado esta situação, transformando-a em uma nuvem midiológica, mascarada pelos dados estatísticos que não discriminam os resultados por classes. Logo, cria-se a imagem de equanimidade em um país regido por classes.       

Darwin, ao passar pelo Brasil, em 1832, ficou extasiado com a vegetação à sua frente, mas as observações mais contundentes de nosso país centram-se sobre o tratamento dado aos escravos. A esse respeito, ele escreveu:


“É uma visão das mil e uma noites, com a diferença de que é tudo de verdade’’(anotou em seu diário). As observações mais contundentes de Darwin sobre o Brasil dizem respeito à manutenção da escravidão e à forma violenta como os escravos eram tratados. Certo dia, inadvertidamente, foi protagonista de um episódio dramático. Um escravo conduzia a balsa na qual ele fazia uma travessia de rio. Tentando se comunicar com ele para lhe dar instruções, Darwin começou a gesticular e a falar alto. A certa altura, sem querer, esbarrou a mão no rosto do negro. Esse imediatamente baixou as mãos e a cabeça, colocando-se na posição que estava habituado a assumir para ser punido fisicamente. ‘‘Que eu jamais visite de novo uma nação escravocrata’’, anotou ele ao deixar a costa brasileira. Relatou, também, que jamais pisaria nesta terra, pois ‘‘um país onde se media o valor de um homem pela cor da pele e pela arcada dentária não merecia ser chamada de nação’’” (apud CONTINEZA, 2005, p.56).


Hoje, a realidade social do país mostra que os negros são os mais dependentes do SUS, são minoria nos cursos superiores, a expectativa de vidas dos negros é de sete anos a menos que a dos brancos, bem como as taxas de homicídios, atraso escolar conforme o texto abaixo:

De acordo com o Ministério da Saúde, as ações de saúde voltadas à população negra visam inserir o quesito raça-cor como instrumento de identificação de prioridades, programas e políticas públicas. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) quer enfrentar questões importantes como a diferença entre os níveis de mortalidade infantil de negros e brancos menores de um ano. Dados da Fundação Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (FIBGE) apontam que, entre o período de 1977 a 1993, a redução da mortalidade infantil em menores de um ano de idade foi de 57%. No quesito raça/etnia, a partir da cor da mãe, a redução foi de 43% de menores de um ano de idade em brancos, enquanto na população negra foi de 25%, significantemente menor.

No Censo de 1980, os dados referentes à saúde indicavam que filhos de mães negras tem maior risco de adoecer e morrer. A expectativa de vida da população negra é sete anos menor do que a da população branca, ou seja, a vida média do brasileiro branco é de 72 anos, enquanto a de negros é de 65 anos, mantendo esta estimativa desde de 1940.

A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais. Entre a população preta e parda, a expectativa de vida, em 2008, era de 67,03 anos. Entre a parcela de cor branca, a perspectiva era de 73,13 anos.

Na média de toda a população brasileira, a esperança de vida era de 70,94 anos. Entre os homens pretos e pardos, o indicador não passou de 66,74 anos. No contingente masculino da população branca, a expectativa alcançou 72,39 anos. No estudo com as mulheres, a esperança de vida entre pretas e pardas foi de 70,94 anos, abaixo dos 74,57 anos estimados para a parcela feminina da população branca. O levantamento inédito foi feito pelo Nepo (Núcleo de Estudos de População) da Unicamp, e está incluído no relatório desenvolvido pela UFRJ.

Abandono e repetência escolar afetam mais os estudantes negros, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010. A avaliação de jovens de 15 a 17 anos mostra que 8 em cada 10 estudantes pretos e pardos estavam cursando séries abaixo de sua idade, ou tinham abandonado o colégio. Entre os brancos, 66% dos estudantes estavam na mesma situação. Na população de 11 a 14 anos, 55,3% dos jovens brasileiros não estavam na série correta em 2008. Entre os jovens pretos e pardos, essa proporção chega a 62,3%, bem acima dos estudantes brancos (45,7%).
"Mais uma vez, os dados também refletem que o problema de repetência e abandono, ao longo das coortes etárias, incide de forma desproporcional sobre os pretos e pardos", diz o relatório.

O estudo acentua que é justamente dos 11 aos 14 anos a fase em que crianças e jovens começam a abandonar a escola, daí a gravidade dessa questão.

Desenvolvido pelo Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o relatório evidencia que a população branca com idade superior a 15 anos tinha, em 2008, 1,5 ano de estudo a mais do que a negra. Se comparado ao quadro de 1988, essa diferença entre brancos e negros pouco mudou. Naquela época, os brancos tinham 1,6 ano de estudo a mais, em média.

Atualmente, a população preta ou parda com mais de 15 anos tinha 6,5 anos de estudos em 2008, ante 3,6 anos em 1988. Entre os brancos, houve um salto de 5,2 anos para 8,3 anos de estudos.

Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco. Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso. Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%. Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.
No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938. Entre as mulheres, a razão de mortalidade das pretas ou pardas era 41,3% superior à observada entre as mulheres brancas, segundo os dados de 2007.

O estudo, desenvolvido pela UFRJ, foi feito a partir de dados do Ministério da Saúde e da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios).

Depois de toda a explanação realizada, infere-se que, se não há violência racial explícita contra a população negra, há a implícita, o que justifica a ação.


Descrição da ação

Este Plano de Ação tem por objetivo ser uma ação interdisciplinar escolar. A meta é reunir educadores de várias áreas do saber científico, como Letras e Literatura, Biologia, História, Religião e Lingüística com o propósito de aprofundar os estudos sobre a cultura científica da população negra e acabar com tabus relacionados as suas condições.

A ação contará com a participação dos agentes educacionais e toda a comunidade escolar empenhada em representar a real situação da população negra no Brasil. Bem como será feito mostras de utensílios usados pelos povos primitivos africanos, abordagens sobre suas religiões, folclores, mitos e relações sociais.

Os professores irão trabalhar os aspectos da cultura negra em sua origem e as influências sobre o povo brasileiro, desde sua chegada até os dias atuais, em forma de um projeto de verão.

Cronograma  

Todo o processo de execução da ação terá tempo previsto de 02 (dois) meses. Durante este tempo será efetuado toda pesquisa bibliográfica acerca do tema e a identificação das situações de estrangulamento. Logo após será feita a exposição das pesquisas, dos trabalhos e apresentação de coreografias e outras atividades ligadas á cultura afro. O plano de ação será realizado no período de 01/12/2011 a 31/01/2012.

Para planejamento:

01/12/2011 a 31/12/2011 -  neste período os professores irão se reunir com os alunos e traçar as metas e objetivos bem como idealizar que tipo de atividades irão desenvolver.

Para execução:

02/01/2012 a 31/01/2012 – neste período os alunos farão a exposição de seus trabalhos artísticos ligados à dança, aos ritos afro e organizarão palestras e atendimento à população negra através de informações, registros e cadastramento em postos de saúde e esclarecimentos sobre os direitos constitucionais. 


População beneficiada

A população alvo beneficiada com esta ação será a população negra. Mas em nenhum momento, quer-se fazer racismo às avessas. Logo, toda a população iunense ver-se-á beneficiada com esta ação.  







Referências


BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos da Personalidade. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

CONTINENZA, Barbara. Darwin: As Chaves da Vida. In: Scientific American. N. 3. São Paulo: Editora Duetto, 2005.

SILVA, José Cândido da; SUNG, Jung Mo. Conversando sobre ética e sociedade. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 

www1.folha.uol.com.br/.../904683-expectativa-de-vida-de-negros

www2.portoalegre.rs.gov.br/sms/default.php?p_secao=689

bvsms.saude.gov.br/bvs/pop_negra/pdf/saudepopneg.pdf

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Trabalhadoras rurais: uma necessidade de promover sua inclusão produtiva e emancipatória no cerne social.

Objetivo Geral da ação:

A problemática da Desigualdade de gênero no Brasil exige uma atuação ativa da sociedade civil, na amenização desse “hiato de gênero” no cerne da sociedade brasileira. Promovendo assim, uma atuação voltada a gerar uma efetiva qualidade social. Para tanto, essa atuação deve está voltada no pensar em políticas públicas que promovam uma real equidade de gênero, captando ações que reivindiquem das instituições governamentais um maior investimento no que tange a aplicabilidade social das necessidades que “gritam” em nosso país, e que precisam ser reduzidas para que haja a efetivação da dignidade humana feminina.
Promover a visibilidade da contribuição das mulheres rurais economicamente ativas no sustento familiar, buscando contribuir para sua emancipação financeira/política é uma ação emergencial. Essa visibilidade se efetivará à medida que houver uma organização dos grupos envolvidos é que estes se insiram enquanto sujeitos de suas necessidades. Quanto maior for à pressão social na busca de sanar as dívidas históricas, maior será o alcance da sociedade civil organizada.


Justificativa:

 Desde 2004, com a organização do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM)/2004 nos informa que :”... as mulheres constituem 42,7% da População Economicamente Ativa – PEA. Sendo que 43,7% estão em área urbana e 37,8% no meio rural (PNAD/IBGE 2003). A crescente participação da população feminina no mercado de trabalho é considerada um processo eminentemente urbano. No entanto, é preciso analisar com maior atenção os dados relativos à participação da mulher trabalhadora na área rural.
Grande parte das atividades da mulher rural é classificada como “trabalho doméstico”, por confundir-se com o conjunto de cuidados dispensados à família e ao domicílio. Mascara-se, desta forma, a sua real contribuição para a produção e para a renda familiares. Estudo recente realizado pela SPM2 revela que “os indigentes brasileiros, de ambos os sexos, concentram-se na zona rural”, especialmente nas atividades agropecuárias, que absorvem 65% dos homens e 53% das mulheres indigentes do país. Outro tipo de análise demonstra que, no Brasil, em termos globais, a taxa de atividade3, em 2003, era de 61,4%, correspondendo a 72,9% para os homens e a 50,7% para as mulheres. Quando desagregadas por domicílio e por sexo, na área urbana, a taxa global é de 59,9%, correspondendo a 70,1% entre os homens e 49,9% entre as mulheres. No meio rural, as taxas sobem para 69,5% (total), chegando a 82,4% entre os homens e 55,3% entre as mulheres (PNAD/IBGE 2003).
Chama a atenção que o percentual das mulheres rurais em atividade é maior do que o das mulheres urbanas. No entanto, a diferença na taxa de atividade entre mulheres e homens trabalhadores rurais é maior (27,1%) do que a registrada entre os homens e mulheres trabalhadores urbanos (20,2%). Esta situação poderia ser explicada, em parte, pela hipótese da maior “invisibilidade do trabalho da mulher rural”, em comparação com o da trabalhadora urbana.”.
Esse processo de “invisibilidade” do trabalho feminino nas áreas rurais em especial a do município de Iúna, se dá pela realização do trabalho doméstico, pelo trabalho realizado no “quintal” (horta, criação de animais...), que não são remunerados, mas afetam sistematicamente no sustento e na qualidade de vida familiar.
Outro fator de grande relevância são os trabalhos sazonais realizados pelas mulheres durante a colheita de café que ora são acrescidas pelo salário extra, ora pela falta de ganho devido ter que ficar em casa para cuidar dos filhos.
Essas problemáticas dificultam a emancipação das mulheres em suas vias financeiras e as colocam em uma escala de dependência crônica em relação ao gênero masculino.
Organizar práticas políticas que auxiliem essas mulheres a construírem sua emancipação, proporcioná-las o exercício á cidadania e a construção de sua dignidade social são tarefas de extrema importância.
Levando em conta o aspecto cultural que ronda as áreas rurais mais afastadas dos centros, percebemos que essas mulheres também apresentam uma baixa educação do ensino formal e uma grande negligência na capacitação das mulheres rurais para os trabalhos agrícolas.
Nesse contexto, sabemos que ao longo dos anos fomos obtendo aquisições através das lutas dos Movimentos feministas, porém sabemos que essas lutas penduram para a ampliação das mesmas e muitas são ainda são as reinvindicações de acesso ao direito, para exercer a plena cidadania do gênero feminino no Brasil. Muitas ainda são às lutas que necessitam prosseguir para o alcance da dignidade da mulher na sociedade brasileira. 


Descrição da ação:

De imediato buscar junto ao sindicato -STR - SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE IÚNA E IRUPI, informações sobre as ações que eles vêm adotando nos últimos anos, a cerca da instrumentalização informativa e participativa das mulheres rurais no âmbito do trabalho agrícola e o levantamento de quantas mulheres sindicalizadas temos no município.
A mesma coleta de informações será realizada junto a Secretaria de Agricultura e a Secretaria de Ação Social, sobre as questões da instrumentalização informativa e participativa das mulheres trabalhadoras rurais.


Com base nesses dados, resumimos esse plano em três ações:

  • O Foco em organizar reuniões com o apoio dos Órgãos já citados, na busca de promover momentos com as trabalhadoras rurais para o levantamento de suas prioridades emergenciais, constituindo um documento reivindicatório dessas necessidades;
  • Organizar Palestras Informativas sobre as Leis que regem a atuação no campo, assim como a historicidade das conquistas das mulheres-urbano/rural;
  • Organizar de forma sistêmica mecanismos de reuniões que tenham como objetivo promover à organização civil/política e sua autonomia em busca de aquisições de direitos a trabalhadora rural.

Cronograma



Planejamento
Execução

Período : Novembro/Dezembro/Janeiro de 2011

Abril/Maio/Junho/Agosto/Setembro/Outubro de 2012



População beneficiada

Pensando na necessidade da construção de projetos comuns, que proporcione a visibilidade das necessidades e do reconhecimento das dívidas que foram sendo construídas ao longo da nossa história, no que tange a questão de gênero, enfatizamos nesse Plano de Ação as Trabalhadoras Rurais do município de Iúna.