Nosso trabalho nesse blog é buscar discutir e divulgar ações em prol da promoção de uma sociedade mais igualitária. Todos que acessarem esse blog podem contribuir com material a ser enviado para o e-mail: gppgr.iuna01@gmail.com

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Trabalhadoras rurais: uma necessidade de promover sua inclusão produtiva e emancipatória no cerne social.

Objetivo Geral da ação:

A problemática da Desigualdade de gênero no Brasil exige uma atuação ativa da sociedade civil, na amenização desse “hiato de gênero” no cerne da sociedade brasileira. Promovendo assim, uma atuação voltada a gerar uma efetiva qualidade social. Para tanto, essa atuação deve está voltada no pensar em políticas públicas que promovam uma real equidade de gênero, captando ações que reivindiquem das instituições governamentais um maior investimento no que tange a aplicabilidade social das necessidades que “gritam” em nosso país, e que precisam ser reduzidas para que haja a efetivação da dignidade humana feminina.
Promover a visibilidade da contribuição das mulheres rurais economicamente ativas no sustento familiar, buscando contribuir para sua emancipação financeira/política é uma ação emergencial. Essa visibilidade se efetivará à medida que houver uma organização dos grupos envolvidos é que estes se insiram enquanto sujeitos de suas necessidades. Quanto maior for à pressão social na busca de sanar as dívidas históricas, maior será o alcance da sociedade civil organizada.


Justificativa:

 Desde 2004, com a organização do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM)/2004 nos informa que :”... as mulheres constituem 42,7% da População Economicamente Ativa – PEA. Sendo que 43,7% estão em área urbana e 37,8% no meio rural (PNAD/IBGE 2003). A crescente participação da população feminina no mercado de trabalho é considerada um processo eminentemente urbano. No entanto, é preciso analisar com maior atenção os dados relativos à participação da mulher trabalhadora na área rural.
Grande parte das atividades da mulher rural é classificada como “trabalho doméstico”, por confundir-se com o conjunto de cuidados dispensados à família e ao domicílio. Mascara-se, desta forma, a sua real contribuição para a produção e para a renda familiares. Estudo recente realizado pela SPM2 revela que “os indigentes brasileiros, de ambos os sexos, concentram-se na zona rural”, especialmente nas atividades agropecuárias, que absorvem 65% dos homens e 53% das mulheres indigentes do país. Outro tipo de análise demonstra que, no Brasil, em termos globais, a taxa de atividade3, em 2003, era de 61,4%, correspondendo a 72,9% para os homens e a 50,7% para as mulheres. Quando desagregadas por domicílio e por sexo, na área urbana, a taxa global é de 59,9%, correspondendo a 70,1% entre os homens e 49,9% entre as mulheres. No meio rural, as taxas sobem para 69,5% (total), chegando a 82,4% entre os homens e 55,3% entre as mulheres (PNAD/IBGE 2003).
Chama a atenção que o percentual das mulheres rurais em atividade é maior do que o das mulheres urbanas. No entanto, a diferença na taxa de atividade entre mulheres e homens trabalhadores rurais é maior (27,1%) do que a registrada entre os homens e mulheres trabalhadores urbanos (20,2%). Esta situação poderia ser explicada, em parte, pela hipótese da maior “invisibilidade do trabalho da mulher rural”, em comparação com o da trabalhadora urbana.”.
Esse processo de “invisibilidade” do trabalho feminino nas áreas rurais em especial a do município de Iúna, se dá pela realização do trabalho doméstico, pelo trabalho realizado no “quintal” (horta, criação de animais...), que não são remunerados, mas afetam sistematicamente no sustento e na qualidade de vida familiar.
Outro fator de grande relevância são os trabalhos sazonais realizados pelas mulheres durante a colheita de café que ora são acrescidas pelo salário extra, ora pela falta de ganho devido ter que ficar em casa para cuidar dos filhos.
Essas problemáticas dificultam a emancipação das mulheres em suas vias financeiras e as colocam em uma escala de dependência crônica em relação ao gênero masculino.
Organizar práticas políticas que auxiliem essas mulheres a construírem sua emancipação, proporcioná-las o exercício á cidadania e a construção de sua dignidade social são tarefas de extrema importância.
Levando em conta o aspecto cultural que ronda as áreas rurais mais afastadas dos centros, percebemos que essas mulheres também apresentam uma baixa educação do ensino formal e uma grande negligência na capacitação das mulheres rurais para os trabalhos agrícolas.
Nesse contexto, sabemos que ao longo dos anos fomos obtendo aquisições através das lutas dos Movimentos feministas, porém sabemos que essas lutas penduram para a ampliação das mesmas e muitas são ainda são as reinvindicações de acesso ao direito, para exercer a plena cidadania do gênero feminino no Brasil. Muitas ainda são às lutas que necessitam prosseguir para o alcance da dignidade da mulher na sociedade brasileira. 


Descrição da ação:

De imediato buscar junto ao sindicato -STR - SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE IÚNA E IRUPI, informações sobre as ações que eles vêm adotando nos últimos anos, a cerca da instrumentalização informativa e participativa das mulheres rurais no âmbito do trabalho agrícola e o levantamento de quantas mulheres sindicalizadas temos no município.
A mesma coleta de informações será realizada junto a Secretaria de Agricultura e a Secretaria de Ação Social, sobre as questões da instrumentalização informativa e participativa das mulheres trabalhadoras rurais.


Com base nesses dados, resumimos esse plano em três ações:

  • O Foco em organizar reuniões com o apoio dos Órgãos já citados, na busca de promover momentos com as trabalhadoras rurais para o levantamento de suas prioridades emergenciais, constituindo um documento reivindicatório dessas necessidades;
  • Organizar Palestras Informativas sobre as Leis que regem a atuação no campo, assim como a historicidade das conquistas das mulheres-urbano/rural;
  • Organizar de forma sistêmica mecanismos de reuniões que tenham como objetivo promover à organização civil/política e sua autonomia em busca de aquisições de direitos a trabalhadora rural.

Cronograma



Planejamento
Execução

Período : Novembro/Dezembro/Janeiro de 2011

Abril/Maio/Junho/Agosto/Setembro/Outubro de 2012



População beneficiada

Pensando na necessidade da construção de projetos comuns, que proporcione a visibilidade das necessidades e do reconhecimento das dívidas que foram sendo construídas ao longo da nossa história, no que tange a questão de gênero, enfatizamos nesse Plano de Ação as Trabalhadoras Rurais do município de Iúna.