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quarta-feira, 6 de junho de 2012

OS DIREITOS DA MULHER

Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU os 12 direitos das mulheres são:

1. Direito à vida;

2. Direito à liberdade e a segurança pessoal;

3. Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;

4. Direito à liberdade de pensamento;

5. Direito à informação e a educação;

6. Direito à privacidade;

7. Direito à saúde e a proteção desta;

7.Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família;

9.Direito à decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los;

10. Direito aos benefícios do progresso científico;

11. Direito à liberdade de reunião e participação política;  

12.Direito a não ser submetida a torturas e maltrato.

Fonte: www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitodasmulheres.htm     

De todos estes direitos garantidos em sessões solenes e de comum acordo por pessoas de alto intelecto em convenções internacionais, pouca coisa tem sido feito em prol da garantia dos mesmos. As mulheres são escravas do trabalho pesado, da família, e, sob o discurso barato e funesto de direito de igualdade, saem cedo para encarar um mercado desonesto e preconceituoso com relação ao gênero e vê-se obrigada a deixar seus filhos sob os cuidados de estranhos e estes em pouco tempo tem os seus pais como estranhos, também. Ou seja, sob o discurso da igualdade cria-se um círculo monstruoso, vicioso, onde pais e filhos, marido e mulher são estranhos que se unem sob um teto estranhos a si, alienados por completo, para tentarem algum tipo de relação bizarra arcaica. 

Muito bonito e elegante a mulher ter alcançado o statu que alcançou, após milênios de jugo, mas, não se pode perder de vista que algumas coisas não mudam e a infância tem sido molestada sob esta nova ordem social.  

Portanto, encerro meu pensamento com um questionamento: 'até que ponto este ganho substancial nos direitos político-sociais da mulher tem contribuído de forma equânime para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?' Com isto, quero deixar claro que o preço que tem-se pagado às custas da formação das crianças tem sido mais alto que os benefícios que, supostmente tem-se advindo.

Muito bem planejado as últimas intervenções da nossa ilustre presidente com relação ao apoio às mães e seus bebês. Mas há, ainda, um longo caminho a ser percorrido.

     

terça-feira, 3 de abril de 2012

Reapropriação do corpo

Peru
Reapropriação do corpo
Sensualidad, exotismo, disponibilidad sexual, son algunos de las características que en el imaginario colectivo se atribuye a las mujeres negras, respondiendo a estereotipos construidos a partir de una realidad histórica de sojuzgamiento y discriminación. Casi dos siglos de vida republicana no los han logrado modificar. El régimen esclavista enajenó los cuerpos y generó un sistema de múltiples exclusiones, que configuran un escenario de particular opresión para las peruanas afrodescendientes, y de dificultad para el ejercicio de sus derechos sexuales y reproductivos.
Rocío Muñoz, feminista, directora de programas del Centro de Estudios Afroperuanos Lundu, considera que los mitos y prejuicios alrededor de las mujeres negras peruanas se cimentan en un racismo estructural “que alimenta un sistema de exclusión que nos afecta particularmente e interfiere en la posibilidad de autoafirmarnos y construirnos socialmente como sujetos que ejercen sus derechos”. Según la activista, la visión de la sexualidad exacerbada de las mujeres afroperuanas se enraíza en el hecho histórico de la esclavitud, donde sus cuerpos fueron cosificados y transgredidos.
“Por eso es tan importante recuperar nuestro cuerpo como sujeto político y a partir de ello, construirnos como ciudadanas con autodeterminación sobre nuestra vida sexual y reproductiva, ámbitos en que nuestros derechos son especialmente vulnerados”, argumenta.
En la búsqueda por corregir tales asimetrías, el equipo profesional de Lundu viene implementando un trabajo de fortalecimiento del liderazgo y el ejercicio ciudadano entre jóvenes de ambos sexos de comunidades afroperuanas ubicadas al sur de Lima. Esta labor ha permitido al colectivo tener un mayor acercamiento a la forma en que las mujeres en particular se perciben a sí mismas en un contexto de estigmas y discriminación.
A partir de esas condiciones sociales e históricas, señala Muñoz, las mujeres afrodescendientes se socializan bajo un esquema que las coloca como portadoras de una sensualidad innata, y a la vez son percibidas desde afuera a la luz de ese estereotipo.
Herencia colonial que persiste
Un estudio realizado por la antropóloga peruana Vanessa Verástegui acerca de las expectativas que mueven a personas de clases altas limeñas a visitar las comunidades afroperuanas de la provincia sureña de Chincha, aporta a la comprensión de la compleja trama de percepciones y actitudes que se da en torno de esas interacciones.
La localidad del Carmen del distrito de Chincha concentra gran parte del turismo limeño debido a sus diversas y conocidas fiestas locales, como el Festival Carnaval Negro, la Navidad Negra, el Día de la canción criolla, la Fiesta de la Virgen del Carmen, etc. Estas celebraciones, como otras que no tienen una fecha fija para acontecer, son el telón de fondo para interacciones entre visitantes y jóvenes de origen afrodescendiente con la principal finalidad de sostener con ellos relaciones sexuales.
“Al término de las fiestas, los limeños regresan a la ciudad y los residentes del lugar permanecen en sus comunidades y retoman sus actividades de la vida diaria, como si nada hubiera pasado”, señala Verástegui al describir lo que denomina como una suerte de turismo sexual, que estaría evidenciando “la reproducción de los estereotipos del imaginario social, originados en la Colonia, y que perviven en la actualidad para incluir a los afrodescendientes en el mercado erótico-sexual y no afectivo”. Ese estereotipo, que exotiza al otro, poniéndolo en el lugar de lo natural/primitivo/nativo, es un ejemplo de la forma discursiva de dominación sobre grupos históricamente subalternizados.
La situación de exclusión que rodea a las poblaciones afrodescendientes peruanas configura un escenario de extrema dificultad en el que casi no tienen posibilidades de superación personal, profesional y económica. Al igual que Chincha, distritos como San José, El Guayabo y sus comunidades rurales concentran una amplia población afro que se encuentra fuera del mercado de trabajo y sin perspectivas de vida futura y movilidad social. En ese contexto, muchas jóvenes ven en el encuentro con personas de otras condiciones sociales la oportunidad de salir de la pobreza, además de evitar el dolor producido por la discriminación, al tener hijos con características raciales diferentes a las suyas.
La estrategia de “blanqueamiento” adoptada por mujeres negras que se relacionan con hombres de otra procedencia racial ha dado origen al desarrollo de actitudes de alejamiento o desconocimiento de sus raíces ancestrales en las nuevas generaciones.
Pese a la tarea de tarea de fortalecimiento de la autoestima y de la capacidad de organización de la población afrodescendiente, y de la experiencia ganada en este sentido, según la representante de Lundu aún hay mucho por hacer para mejorar las condiciones de vida de las mujeres negras y viabilizar el ejercicio de sus derechos.
Muñoz señala también que una tarea urgente en ese sentido es recabar información sobre la situación de salud sexual y reproductiva de las mujeres afrodescendientes, ya que la ausencia de cifras e indicadores al respecto no ha permitido elaborar una agenda que pueda ser exigida, ni generar desde el Estado respuestas efectivas frente a la exclusión e invisibilidad de este colectivo social.
Publicada em: 02/12/2009 às 13:50 notícias CLAM

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Mulher Negra

A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir para o resgate da cidadania do negro.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida a mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da ascensão social. Bernardo (1998), em seu trabalho sobre a memória de velhas negras na cidade de São Paulo, mostra como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalhava na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido. A questão de gênero é, em si, um complicador, mas, quando somada à da raça, significa as maiores dificuldades para os seus agentes.
Paul Singer (1998) afirma que, à medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso e é nesse campo que se encontra o maior número delas. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente para a mulher negra.
Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
Na atualidade não se pode tratar a questão racial como elemento secundário, destacando apenas a problemática econômica. A posição social do negro não se baseia apenas na possibilidade de aquisição ou consumo de bens. Ainda há uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais quando se trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da sociedade.
A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso, muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades decorrentes dessa problemática.


SILVA, Maria Nilza da. Mulheres negras: o preço de uma trajetória de sucesso. PUC/SP, Dissertação Mestrado, 1999.